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terça-feira, 24 de julho de 2018

PESSOAS PARASITAS - DEPENDÊNCIA EMOCIONAL


PESSOAS PARASITAS

 

O conceito de que devemos ser caridosos com pessoas que não amam a si mesmas é um equívoco.
Para se livrar dos vícios é importante evitar as pessoas viciosas.
As mudanças de comportamento necessitam na maioria das vezes de uma troca de ambiente e principalmente das pessoas que orbitam essa atmosfera.
Se temos o corpo embebido em substâncias inflamáveis é prudente se evitar o contato com o fogo.
Pessoas há, que exalam mau hálito emocional, pois transitam na faixa da rebeldia e da queixa.
São aquelas criaturas, que tal como os mosquitos que transmitem patologias infecciosas, andam pelo mundo contagiando as mentes volúveis.
As que fazem parte da multidão dos abortados da razão, aqueles que não tem uma opinião formada sobre nada. 
Os que tem medo até das mudanças climáticas, pois detestam as mudanças e se entricheiram psicológicamente nas ideias ultrapassadas, porque o novo lhes impõe uma mudança de atitude.
São exatamente essas pessoas, que tal como âncoras, terminam por fundear nossas esperanças no lodo da preguiça.
E a pretexto de amarmos essas criaturas permanecemos fundeados no marasmo emocional e sem perspectivas para conhecer um mundo novo.
É preciso sim deixar pra trás os preguiçosos e covardes, porque eles pesam demais e terminam por nos enredar junto com seus monstros psquícos.
A questão não é de se atirar nos braços da ilusão, muito pelo contrário, é se permitir experienciar novos aprendizados.
Mesmo quando erramos estamos adquirindo novos saberes e isso é uma realidade.
Com lágrimas também crescemos, com sofrimento desenvolvemos nossa estrutura emocional e nos tornamos seres humanos mais fortes.
Alguns alegam que é melhor um pássaro na mão, do que dois voando, mas posso argumentar dizendo, que quem tem um pássaro não possui nenhum.
Livrar-se de pessoas que nos parasitam fisica e emocionalmente é uma atitude salutar e necessária.
Um dia o tempo terá passado e as experiências vividas é que darão verdadeiro sentido a uma existência produtiva, e não o tempo perdido com quem não quer sair do lugar.
Permitir que os optam pela estagnação em suas vidas se defrontem com a dura realidade de suas escolhas no futuro, é a melhor maneira de ajudar essas criaturas a conquistar a própria independência emocional.

Adeilson Salles



sexta-feira, 20 de julho de 2018

AS COMPRAS COMO REMÉDIO EMOCIONAL

SHOPPINGS HOSPITAIS




As frustrações da alma são curadas com coisas para o corpo.
O consumo como medicamento, não se espante com o que escrevo, pois em tempos de vazio existencial o ato de comprar alivia os transtornos emocionais.
A questão é bem profunda e delicada e realmente grave.
Os protótipos de felicidade que a mídia apresenta provocam uma hipnose coletiva, um entorpecimento da razão, um estado letárgico da lucidez.
Com isso, multidões de criaturas que ainda não se encontram alforriadas intelectualmente escravizam-se ao consumo.
O prazer de consumir é como água salgada, nunca experimenta saciedade.
A matilha das emoções descontroladas que vive dentro de cada criatura impede que o homem se aninhe emocionalmente em si mesmo, fazendo com que a mutidão opte pelas sensações fulgazes e passageiras que o consumo produz.
Até mesmo os relacionamentos são consumidos e os sentimentos não são sentidos, mas instrumentos da busca pelo prazer.
É preciso gozar!
Se embriagar de prestações até que as sacolas não possam ser mais carregadas.
E depois que o sofá da sala se torna a única companhia, o ser humano virá uma ilha cercada de grifes e vazios por toda parte.
As vitrines dos shoppings vendem "drogas" para os viciados que necessitam fugir de si mesmos.
Crianças de olhos vidrados, adultos que percorrem os largos corredores como zumbis que consomem grifes famosas.
Em caso de divórcio, vamos as compras!
Nas dificuldades em família, recorramos a novos sapatos.
Muitas pessoas se fossem usar todos os pares de sapato ao mesmo tempo tornar-se-iam centopéias humanas.
É o homem que foge de si mesmo, pois não logra ser feliz na própria casa mental.
Não conhece a paz, e vive iludido correndo atrás de algo imenso que lhe preencha o grande vazio existencial.
Os shoppings são grandes hospitais a socorrer os enfermos da alma.
São também são santuários onde o hedonismo é o deus cultuado.
O arcabouço psicológico das pessoas dessa era tecnológica é frágil como cristal.
Objeto algum substitui a paz interior, pois ela da um sentido de saciedade emocional as pessoas.
A politica do ser em detrimento do ter é que pode tornar a nossa sociedade mais saudável.
Enquanto isso não acontece seguiremos recorrendo aos alucinógenos eletrônicos, ao dopping dos sentidos através dos cards que são os passaportes para o mundo do faz de conta.
Adeilson Salles

quinta-feira, 19 de julho de 2018

TRAIÇÃO E SONHOS

A MORTE EMOCIONAL DEPOIS DA TRAIÇÃO

De repente o mundo desaba, o chão sai de baixo dos pés.
Aquele homem que até então era digno de todo amor e dedicação te traiu.
A situação é dolorosa e leva muitas mulheres a depressão e ao desespero.
O príncipe desapareceu, acabou, morreu...
E agora?
O que fazer dos sonhos, da entrega, das juras de amor?
Tudo era a dois, mas na verdade só valia para um dos lados.
Ladeira abaixo o mundo rola, e você vai junto.
É uma espécie de morte emocional, um luto.
Livrar-se da vida emocional siamesa não é tão fácil assim, já que o cheiro dele era a atmosfera que seus pulmões respirava.
Reconstruir?  Como?
Ele era o insumo dos seus sonhos.
Bem, a nova realidade é muito complicada, mas você já existia antes do traste que te feriu.
Em se tratando de relacionamentos não dá para acreditar mais nesse papo de que alguém vai te prometer felicidade.
Felicidade é algo que você tem que levar de casa para onde for, já que o mundo não irá te atender esse desejo.
Algumas mulheres ainda carregam em si, por mais que neguem, a ideia de que o homem deve protegê-las, por isso se entregam sem os cuidados que uma relação madura pede.
O tempo mostra as coisas escondidas que muitos homens camuflam em suas representações dramatúrgicas.
Ninguém consegue enganar o outro o tempo todo, a não ser que exista uma venda emocional nos olhos.
Amar é maravilhoso, mas não se pode mergulhar em relacionamentos rasos onde o tesão fale mais alto.
Por isso, cuidado moça!
Seu coração é território sagrado e só pode ser penetrado pela ritualistica comandada pelo tempo.
Não se renda aos encantadores mal intencionados, para que amanhã sua alma não fique nua, desprovida de segurança psicológica.
A paixão arrebata, o amor conquista a alma.
O amor transborda, a paixão asfixia.
Se o espinho da traição feriu seus sentimentos, erga seus olhos e contemple o espelho.
Não deixe o brilho dos seus olhos se apagarem por causa de uma nuvem escura.
Amanhã é outro dia e tudo terá passado.
Quando algum homem disser que vai lhe fazer feliz, não se iluda e responda que você já vem feliz de casa, que precisa apenas de alguém que a respeite como mulher.
Adeilson Salles




sexta-feira, 13 de julho de 2018

O AMOR QUE SE ENCONTRA NAS ENTRELINHAS

O AFETO É AFRODISIÁCO




A grande maioria dos homens acredita que encanta e conquista uma mulher demonstrando virilidade.
Evidentemente que são necessários alguns atrativos para desencadear o processo da libido.
Todavia, as conexões realizadas sem a presença de sentimentos verdadeiros denota apenas a realização do desejo sexual como qualquer animal irracional vivencia.
Sexo sem amor é agua salgada, quanto mais se bebe, mas sede se tem.
O que de fato conquista uma mulher e a faz feliz é o tanto de afetividade que o parceiro coloca em cada gesto e palavra.
Certa vez uma amiga lésbica me disse que apenas uma mulher sabe onde a outra mulher é mais receptiva em seus anseios e erotizações.
Ela não deixa de ter razão, porque muitos homens partem para a ação mais direta sem se dar conta da relevância que o carinho realizado pacientemente promove na libido feminina.
A mulher é romântica por natureza e pitadas de romantismo tem efeito afrodisiáco na alma feminina.
Daí, a total importância do amor como combústivel para a realização do casal.
Quanto mais afetuoso (a) mais a mulher fica feliz e se dá inteira na relação.
Os toques sutis, as palavras amáveis, a paciência, os cuidados com os odores corporais e a higienização são determinantes para saborear o importante instante da entrega.
Amar com afeto garante profunda felicidade aos envolvidos.
É evidente que a mulher por sua sensibilidade e sua mente vocacionada para focar nos aspectos sentimentais necessita de mais tempo para a entrega ao prazer.
O sexo é um departamento sagrado da vida e é o amor que movimenta as mais delicadas engrenagens da alma.
Muitos creem que o sexo se evidencia no coito em si, mas a relaçao sexual saudável se revela pelos instantes que antecedem a entrega.
Desde o diálogo que leva as preliminares afetuosas, até o olhar envolvente de um para com o outro faz parte da moldura onde o quadro da relação será colocado.
Os animais fazem sexo, mas não amam, e muitos homens são como animais, pois só fazem sexo sem se dar conta de que é nos detalhes que se encontra o amor e o prazer.
O tesão está no afeto e é o responsável pelo que de melhor se pode experimentar na relação a dois.
É claro que a entrega sexual se reveste de profunda complexidade, mas onde existir afeto a mulher será imensamente mais feliz.
O homem pode se sentir estimulado pelo olhar e contemplação da beleza feminina, mas a mulher se estimula pela audição e pela habilidade tátil do seu parceiro (a).
É nas entrelinhas da relação, isto é, nos detalhes que o prazer e o ato de amar se revela.
Eu diria que amar é ritualizar a prática sexual na afetuosidade.
Quem ama quer e necessita de carinho.
Nada mais eficiente para despertar a libido feminina do que a pratica do afeto.

Adeilson Salles






quinta-feira, 12 de julho de 2018

HOMENS GROSSOS - MULHERES SEM AUTOESTIMA

AMOR OU SINDROME?



Existem alguns relacionamentos que mutilam as pessoas.

E infelizmente, não faltam homens que podem ser classificados como equinos, respeitando os cavalos, no que se refere ao tratamento que dispensam as mulheres.
Assim tem sido a sina de muitas delas que se submetem a tratamentos abusivos em troca de algumas migalhas de afeto.
A mulher, por sua condição de superior sensibilidade sempre se coloca na posição conciliatória, e não raras vezes, minimiza a manifestação desses zangões reprodutores que a tudo querem resolver com truculência machista.
Parece que eles se sentem menos homens ao agir com gentileza e verbalizarem seus sentimentos de maneira moderada.
São muitos os que coçam o saco e cospem de lado ostentanto a posição de machos alfa, sempre prontos a pegar todas.
É uma herança do tempo das cavernas, onde muitos se situam, acreditando que podem arrastar a mulher pelos cabelos.
São os machos que não são homens, porque homem não grita, pelo contrário, ele dá segurança a uma mulher.
Dessa maneira o grito de ontem vai se transformando em agressão, cada vez mais acentuada por esses terroristas emocionais.
Essa realidade sufoca emocionalmente a mulher que vai se abandonando, deixando de lado os próprios encantos e se tornando refém do agressor.
É interessante observar que em casos assim, devido a uma convivência muito íntima, a mulher manifesta uma espécie de sindrome de Estocolmo.
Essa sindrome se desenvolve quando, segundo a psicanálise, a vítima desenvolve afeto, e até mesmo apego pelo terrorista, pois o sequestrado tem traços em seu psiquismo de sadismo ou masoquismo.
Criando assim, certa dependência emocional.
O flagelo que um número incontável de mulheres vivi em seu cotidiano, e ainda assim, insiste em proteger o agressor pode ser explicado pelo viés da psicanálise.
Esses comportamentos alimentam grandes dramas e paixões, mas em muitas situações podem se transformar em tragédias dolorosas através do feminicídio.
Bom seria se todos e todas pudessem compreender que onde não existe respeito não há amor.
Relacionamentos devem proporcionar prazer aos envolvidos, não apenas no campo sexual, mas principalmente na comunhão emocional, essa sim, determinante para a longevidade das relações.
Muitas mulheres sofrem tanta violência e discriminação que chegam a perder a própria identidade.
O ataque emocional se inicia através de adjetivos depreciativos que vão minando a estrutura emocional da mulher.
É uma praga vibratória que vai se infiltrando no campo emocional da vítima fragilizando-a cada vez mais.
Mulher nenhuma deve aceitar se relacionar com pessoas que exerçam coação psicológica de qualquer espécie.
Amar não é processo comercial de barganhas afetivas.
Toda mulher merece ser respeitada e não deve viver de migalhas afetivas que alguém lhe atire aos pés de maneira indiferente.
Respeito é bom, e todas as mulheres gostam!

Adeilson Salles

terça-feira, 10 de julho de 2018

O PRIMEIRO TAPA A GENTE NÃO ESQUECE

O PRIMEIRO TAPA A GENTE NÃO ESQUECE

Ela chorou tantas vezes...
Levou tempo para se convencer de que não haviam mais justificativas inventadas por ela, que limpassem as mãos e a boca daquele homem, que agora a chamava de vagabunda.
Aquela boca que um dia saciara sua sede de amor, que a arrebatara na volúpia e correnteza dos beijos, agora era imunda.
As mãos viris, das quais tantas vezes amou ser refém, no instante do tapa assemelharam-se as garras de um animal feroz.
Não havia mais lua de namorados, noites de orgasmos extenuantes, nem mesmo um filme no cinema.
Da primeira vez que ele gritou ela procurou assumir a culpa, é claro. Devia ser o trabalho, algum aborrecimento em família.
Sim, só podia ser isso.
De outra vez, ele falou da melhor amiga dela e da péssima influência que ela causava.
Até mesmo aquele amigo gay que ela tanto gostava, do qual ele parecia ter ciúmes foi preciso se afastar.
Ele foi enjaulando-a dentro de casa, encarcerando-a emocionalmente, lavrando a escritura de propriedade sobre a alma e o corpo dela.
Os gritos se repetiram, mas primeiro ele ergueu a voz, era estresse, que tempo louco esse que a gente vive! - dizia a si mesma.
A camisa amassada.
Os atrasos na volta do serviço.
O sentimento de ser usada sem afeto, depósito de semem.
Acabaram as justificativas, tentou entender, se esforçou, mas os alibis emocionais que ela inventava para livrá-lo da condição de fera se esgotaram definitivamente.
A lista de adjetivos: gorda, burra, incompetente e até puta.
Certamente as putas tinham melhor sorte que ela, porque não tinham que aguentar tudo aquilo, todos os dias.
Até que o mundo girou, na verdade foi ela que girou sobre os calcanhares antes de cair no chão depois do tapa que estalou em seu rosto.
Devia existir uma razão para tudo aquilo, ele só podia estar doente, coitado!
Então o mundo dela seguiu girando ao som de: puta, vagabunda e imprestável...
Um dia ela foi até o espelho e não se viu mais.
Quem era aquela, ou melhor, o que era aquilo?
Cabelos desgrenhados, olheiras, unhas mal feitas.
Choro, muitas lágrimas e soluços.
A roupa precisava ir para a máquina, precisava lavar os sonhos desfeitos que ficaram impregnados em sua alma.
A camisa tinha uma mancha vermelha, as cuecas com manchas que ela conhecia bem.
Uma sensação de asfixia na alma, um afogamento sem explicação.
A depressão, o buraco, o desejo do fim.
Até que um dia alguém cantou esperança nos ouvidos da sua alma: Você é bonita!
Há quanto tempo ela não ouvia uma palavra doce?
A senha, a chave, a algema aberta.
Um sol mais adiante existia.
Ela ergueu a cabeça e encarou o sol, olhou para dentro de si.
Arrumou o cabelo diante do espelho e sentiu nojo do que aceitou ser.
Então partiu, foi para longe do agressor e se amou.
E novamente amou, porque sua natureza era amar.
E elas não foram felizes para sempre, porque conheceram outras lutas, mas sorriram muito de mãos dadas.
Adeilson Salles




Onde Está Seu Filho Agora?

ONDE ESTÁ SEU FILHO?

Nos últimos dias meu coração ficou aflito ao testemunhar a dor dos pais da adolescente, Vitória Gabrielly.
A pequena cidade de Araçariguama de quase vinte mil habitantes, na micro região de Sorocaba, viveu dias de profunda angústia, até que a menina foi encontrada morta depois de oito dias de desaparecida.
O risco está em toda parte e precisamos acreditar nessa triste realidade.
A menina telefonou para a mãe avisando onde iria, mas o perigo estava a espreita porque ele mora dentro do coração dos homens maus.
Me deparo nas palestras e seminários que realizo em escolas ou instituições espíritas, com pais que me perguntam o que fazer com filhos adolescentes que pedem privacidade para acessar redes sociais e outros tipos de mídia.
Percebo claramente a falta de autoridade e ascendência de alguns pais com seus filhos.
Uns são permissivos demais e outros não conseguem dizer não, gerando situações muito delicadas.
Um pai me procurou certo dia me dizendo que a filha exigia dele privacidade.
Porque todas as vezes que ele se aproximava dela a garota de 15 anos minimizava a tela do computador, ou escondia o celular para que ele não visse o que ela fazia.
Revelando impotência diante da situação ele me indagou sobre o que devia fazer para lidar com o impasse.
Disse a ele que a privacidade exigida pela adolescente tem preço, e que certamente não era ela que pagava as contas.
Os pais tem obrigação de saber quais os conteúdos que os filhos acessam, que tipo de redes sociais eles utilizam.
Filhos não quebram e necessitam de PAIS presentes e participativos.
Pais que não se envolvem na vida dos seus filhos terão dificuldade de lidar com esses tempos modernos em que os jovens são aliciados por mídias viciosas, que propagam estereótipos de felicidade inatingiveis para a maioria dos adolescentes.
O caso da pequena Vitória Gabrielly revela, que mesmo em uma cidade pequena e com a proximidade dos pais o perigo estva a espreita.
Onde está seu filho nesse momento?
Ele está conectado com quem?
Quais os grupos que ele participa no WhatsApp?
Você tem comparecido a reunião da escola?
Preste atenção no seu filho, para que amanhã o suicídio não te surpreenda, ou o Lobo Mau não mate os sonhos das nossas crianças e jovens.
Adeilson Salles

Mãe seduz filho


INCESTO: SEDUÇÃO MATERNA

Realmente a vida na Terra manifesta nas relações humanas a condição de hospital onde espíritos imperfeitos se estorcegam no áspero aprendizado evolutivo.
Nos contatos que mantenho com os jovens que me procuram tomo conhecimento dos mais variados dramas, mas recentemente fui tomado de surpresa ao me deparar com um caso de incesto.
Sabemos que infelizmente existem muitos casos de abuso sexual de pais com filhos, tios, avôs e também irmãos.
Os casos se incesto sofrem total repulsa de toda sociedade.
Seja no âmbito cultural e no aspecto religioso, onde o incesto é visto como pecado mortal, essa prática causa asco em nossa sociedade.
Diante do relato experimentei um estado de perplexidade, quando aquele jovem me disse que sua mãe o procurava, fazia alguns meses, para intimidades sexuais.
Um tanto desorientado ele procurou textos na internet que falassem sobre o assunto, porque queria entender o que estava acontecendo, mas infelizmente só encontrou pornografia sobre esse tema.
Nas primeiras vezes em que ela o procurou, ele cedeu, mas agora estava experimentando grande desconforto emocional.
Preocupado em oferecer uma palavra que o orientasse, procurei estudar o tema para auxiliá-lo na compreensão da dificuldade.
Após a leitura de textos na área da sociologia e da antropologia conclui, que dois fatores devem ser estudados para lançar luz em questão tão complexa.
Em primeiro lugar, não adianta demonizar e condenar algo que ainda não se conhece profundamente.
Termos como sem-vergonhice, safadeza ou qualquer outro adjetivo condenatório não resolve as questões conflitantes da alma humana.
Tabus são quebrados por processos educativos responsáveis, daí a necessidade de se falar com nossos jovens sobre qualquer temática.
Alguns impérios na Terra procuraram se perpetuar no poder através da hereditariedade por essa prática, buscando manter dentro do clã familiar as glórias humanas.
Todavia, existe uma seleção biológica em que a pratica sexual entre pais e filhos deflagram o processo de união entre dois genes recessivos, fazendo com que nasçam bêbes com graves problemas degenerativos.
Recentemente a série de TV, Game of Thrones, revelou essa prática entre seus personagens.
A repulsa é natural pelas razões que escrevi acima, mas a mente humana ainda é um território desconhecido e o incesto, embora seja tabu, é algo que ocorre em nossa sociedade vitmimizando muitas crianças e jovens.
O senso de respeito e ética para algumas pessoas não se desenvolve quando não existe convivência.
Existe um caso que ficou mundialmente conhecido nos EUA onde um pai se casou com uma filha.
Ele a gerou biológicamente, mas nunca conviveu com ela, vindo a tomar contato com a mesma três anos antes dos dois se envolverem emocionalmente.
Pelo lado da legislação, não existe nenhum mecanismo legal sobre o assunto, todavia, as leis brasileiras proíbem que pais e filhos se beneficiem da união estável em caso de vida marital.
A legislação não criminaliza essa prática, a não ser que uma das partes tenha menos de quatorze anos.
Orientei o jovem a evitar o contato íntimo com a mãe, e que tentasse lhe falar do quanto se sentia mal com aquele assédio.
Vale lembrar, que envolvimentos dessa ordem podem gerar dificuldades psicológicas e delicados problemas emocionais.
Podemos avaliar, sem o desejo de julgar, que em casos como esse fica evidenciada a preponderância das paixões sobre os sentimentos mais nobres que permeiam o relacionamento entre pais e filhos. 
A psicanálise, através do complexo de Édipo nos fala dos filhos que vivenciam envolvimento com as mães, teoria enunciada por Freud. O complexo de Eletra desenvolvido por Jung, aborda o lado feminino da mesma questão lançam luz em tão intrincado problema.
Esses envolvimentos invariavelmente nascem do desejo, e o desejo que é a expressão da paixão não dá fundamento a relações emocionais e afetivas que perdurem pela vida a fora.
Adeilson Salles



Bibliografia Indicada: Totem e Tabu, Sigmund Freud
Ensaios Sobre o Conceito de Cultura, Zigmund Baumam 
A Alma do Mundo, Roger Scruton
O Gene Egoísta, Richard Dawkins