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terça-feira, 30 de junho de 2020

MOTIVO...

NÃO SE ATREVA A DESISTIR AGORA!


Por que, desistir agora?
Abandonar todas as lutas dessa grande história.
Esse é mais um capítulo apenas que daqui a pouco terá passado.
Uma sequência de fatos ruins, mas que não refletem o todo.
Não é possível parar, voltar atrás, não dá.
Quantas vezes doeu muito esse caminho, e diante do espelho você chorou.
Não... não desista agora, mesmo que você tenha sonhado sozinha, que o príncipe tenha existido na sua cabeça apenas.
Tudo pra você sempre foi arrebatador, você quer emoções que tirem o fôlego, mas sente que agora te tiraram o chão...
Talvez seja agora que nada está sob seus pés que seja o momento do grande voo.
Mas, se você desistir agora tudo terá sido em vão.
Não pelos outros, mas por você mesma.
Lembra de quantas vezes repetiste nos dias mais sofridos: vai passar, vai passar...
De novo irá passar.
Toma a chave do teu coração de volta, não deixe ela jogada por aí, nas mãos de quem não é dono nem de si mesmo.
Não desista agora!
Sai fora, vaza dessa tristeza, ela não é tua.
Quem nunca se enganou? Quem nunca teve um dedo podre?
Tá certo que você tem mais de um dedo podre, mas e daí?
Ainda faltam mais sete dedos para você escolher de novo...
Vamos.. larga a tristeza que ela não te pertence.
Lembra daquele poema da Cecília Meireles, Motivo?
Volta a escrever teus rabiscos poéticos, faz qualquer coisa, mas não desiste agora.
Foram tantos os caminhos, incontáveis espinhos.
Agora é de novo com você, na verdade sempre foi, um sonho solo.
Afinal, você nunca gostou de duplas sertanejas mesmo.
Então agora vai e segue, sem desistir de si mesma.
Amanhã é outro dia e você terá um novo motivo.
Adeilson Salles

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Cecília Meireles




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