Postagem em destaque

sábado, 18 de julho de 2020

MEUS ERROS, MEUS MESTRES

AGRADEÇO MEUS ERROS




Se alguém me perguntasse qual foi o maior orientador que encontrei na minha vida eu diria sem vacilar: meus erros.
Sempre tive coragem de mudar e mesmo quando fiz as escolhas mais erradas a vida me trouxe novas possibilidades de aprender.
Reconheço que é preciso ter coragem para sair do conforto material e de relações frias e sem futuro.
Não se trata de viver aventuras, mas de ser fiel a si mesmo quando não conseguimos mais nos manter dentro de um comportamento que os outros esperam e cobram de nós.
Sempre acreditei que a vida nos pede coerência, e quando a boca fala o que o coração não sente mais é uma baita violência que cometemos contra nossa integridade emocional.
Toda escolha tem um preço e venho pagando as promissórias que a minha consciência me cobra.
Venho dizendo a mim mesmo: não espere perder as coisas que você verdadeiramente ama em seu coração para seguir revelando amor pelas coisas e pessoas que a sociedade te cobra fidelidade.
E a grande questão na vida de qualquer pessoa é se somos fiéis a nós mesmos, ou se atendemos a demanda das expectativas alheias sobre a nossa vida.
Observo que a maioria das criaturas vivem conflitadas e engasgadas com os nós emocionais que carregam dentro de si.
Não se trata de ser leviano como os conservadores costumam julgar, mas de se estar disposto a pagar o preço por suas escolhas.
Temos o direito inalienável de errar e aprender e até isso os julgadores da vida alheia desejam nos tirar.
Já me chamaram de egoísta, e quem não é?
É provável que a diferença entre nós dois esteja na minha ousadia em fazer, enquanto você só pensa e faz mentalmente.
Penso que devemos respeitar as pessoas e o respeito passa por sermos honestos com elas e ter coragem para falar do que sentimos ou deixamos de sentir.
Agradeço imensamente ser como sou as lágrimas que já derramei, as dores que senti e a angústia que quase me asfixiou.
Se escrevo tirando a roupa da minha alma é porque a vida me fez assim.
Não tenho medo de ser gente e de mim transbordam defeitos e virtudes humanas.
Não me sinto envergonhado por não ter sido o melhor marido ou melhor pai, porque chorei e aprendi.
Só eu sei os caminhos que percorri e os tombos que levei.
Aceitei viver muitas dores durante muito tempo para atender os outros.
Deus quer isso de mim? Não acredito!
Ele não quer um filho desonesto.
Sou mutante, e sou feliz por ser assim.
E foram essas mutações que me trouxeram aos sessenta anos.
Espero não morrer de Covid 19, - tenho tentado me proteger - mas sei que um dia a morte vai me pegar na curva, que ela me pegue assim, desse mesmo jeito que estou agora, me esforçando para ser honesto comigo e não com o mundo.
Não terei um final: e foram felizes para sempre!
Meu final vai ser: e foi caindo e levantando que ele partiu.
Estou reescrevendo muita coisa em minha alma e estou longe do capítulo final.
O enredo segue o mesmo: preciso ser honesto com o que sinto.

Adeilson Salles

6 comentários:

  1. Maravilhosa é a consciência que acolhe o erro e o encara.

    ResponderExcluir
  2. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏🙌💖

    ResponderExcluir
  3. A cada leitura, uma reflexão....
    Não é por acaso o quanto de pessoas adoecidas(eu) ...

    ResponderExcluir
  4. Texto maravilhoso! Vivendo, errando, acertando, assim construímos as nossas histórias...e é cada "tombo", e é cada "aprendizado"

    ResponderExcluir